domingo, 17 de julho de 2011

O ÚLTIMO DE TEUS AMORES


Quem me dera tão somente
Dizer-te o que sinto neste momento;
E rir contigo,
E provocar teu riso;
E beijar tua boca,
E alimentar essa vontade de ti,
Cada vez mais voraz,
Cada vez menos pouca.

Quem me dera tão somente
Abraçar-te loucamente,
Demasiadamente,
E incessantemente,
E tanto e tanto,
Que o nunca jamais seria para sempre;
E o para sempre
Nunca deixaria de estar presente,
Cada vez que meus braços
Apertassem teu corpo com desejo.

Quem me dera tão somente,
Assim meio de repente,
Eu te pregasse uma peça,
Dizendo-te ao ouvido delicinhas,
E te molhasse muito, à beça,
Fazendo-te gemer baixinho
E suspirar coisinhas;
E te encostar todinha
Em minha mão de conchinha,
Por baixo de tua calcinha,
Levando-te a múltiplos orgasmos,
Breves e nervosos;
Bem no meio de um calçadão lotado
De consumidores apressados,
Sem que teu gozo fosse então notado,
Corando-te a face,
Na delicada incerteza de haverem-te percebido.

Ora, ora, que tesão mais que descabido...

Quem me dera tão somente
Ir contigo mundo a fora,
Hoje e sempre,
E toda hora;
E ser o maior de todos os teus amores.
Quem me dera tão somente
Fosse eu o homem dos teus sonhos,
A mulher real que a ti proponho,
A espalhar rumores,
A provocar tremores;
E tão somente, quem me dera,
Minha querida, quem me dera,
Hoje e sempre, quem me dera,
Ser mesmo,
E definitivamente,
O maior e último de teus amores.


Cacau Rodrigues





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