sexta-feira, 23 de julho de 2010

PERFEITAS IMPERFEIÇÕES



Estava olhando atenciosamente seu corpo;
Percorrendo as linhas cuidadosamente,
Observando imperfeições naturais
De um corpo perfeito.
Seu sono era tranquilo e satisfeito.
Eu pude observar os caminhos,
A pele alva,
Um quase sorriso tímido
Acentuando a sedução desses lábios
Ligeiramente úmidos,
Disfarçadamente santos;
Que olhando assim,
Como que na tentativa de decifrá-los,
Uma pessoa qualquer que os observasse
Não imaginaria do que são capazes.
Ah, e esses seios...
Delicados mamilos na ponta dos meus dedos,
Distraindo a minha atenção por instantes,
Subornando segredos...
E fazendo a minha boca muito mais feliz que antes.
O sexo lindo...
Tão lindo...
Que naquele momento de repouso
Tinha uma aparência inocente até.
Uma penugem castanha,
Bem cuidada,
Devidamente aparada,
Macia e perfumada,
Exalando também um leve e excitante odor de prazer.
Fiquei ali, com toda a atenção no olhar,
Diante daquela vulva deliciosa,
Que eu saboreara um pouco antes;
E que, pela posição das pernas,
Mostrava-se fechadinha,
Sem o menor sinal daquela que se abre
E se oferece,
E se entrega,
E se esfrega,
E me enlouquece,
Até eu me perder,
Até eu não saber mais o que fazer;
E não se nega,
Porque sabe a arte de dar e receber.
E me faz querer ficar,
Querer correr;
E desatina os meus sentidos
Me fazendo me humilhar
E me render,
E me escravizar diante de você.
É, você,
Que na calmaria desse sono tranquilo
Mostra a linguagem perfeita do amor,
Como se o mundo dos amantes fosse assim;
Como uma imagem estática
De um dia, algumas horas,
Como aquela manhã de sol:
Uma troca plena de olhares,
De sorrisos e algumas palavras,
Objetivamente gentil e sem detalhes;
O momento exato em que nos conhecemos.
Nos vimos e nos sorrimos,
Nos falamos e nos gostamos imediatamente.
Alguma força fez “pra sempre” aquele instante,
Nossas vidas mudariam dali em diante,
E não há uma só inteligência que descubra
O que aconteceu.
Momento eternizado somente pra quem ama,
Como você
E como eu.

 


Cacau Rodrigues