terça-feira, 17 de novembro de 2009

SINTOMÁTICO


Uma dor na alma,

Uma angústia que chora,

Uma solidão que apavora,

Um sentimento qualquer de pura aflição.

E dá uma falta de ar,

Uma tontura panorâmica;

E como um elemento da semântica

A visão turva,

Na simetria de uma visão.

E o fantasma cresce,

E se aproxima com voracidade.

Nessa hora um desmaio indigno

Escurece toda a verdade.

É pertinente dizer

Que um enjôo, uma dor de cabeça,

Fazem a fragilidade ficar ainda mais evidente.

O corpo pesa,

O coração aperta,

E um sono terrível se faz companheiro permanente.

Há algo errado, se sabe, não há dúvida.

Mas o que faz um guerreiro tombar

Se não a violência do impacto da flecha?!

A gente acostuma com a dor.

Mas o momento do impacto,

E a eternidade do tempo entre um ferimento quente

E a frieza do depois...

Aí sim, o guerreiro precisa parar e respirar fundo.

E se é preciso seguir diante do mundo,

Levanta-se,

Amarre-se uma tala;

Não cura, mas o ferimento cala;

E se recomeça a marcha,

Até um pouco solitária,

Em busca de uma vitória pessoal.

Os guerreiros são impiedosos

Com eles mesmos;

Os guerreiros morrem de dor

Entre eles mesmos;

Os guerreiros fogem do amor

Por eles mesmos.

O amor fragiliza,

Hipnotiza,

Desmoraliza.

É melhor uma flecha cravada no peito

Que uma flor ao alcance da mão.

É melhor sangrar de maldade

Que chorar de saudade,

Sem poder conter a hemorragia de amor

No coração.


Cacau Rodrigues

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

OUVINDO TOCAR O PIANO



Mais uma noite sem você.
E um piano bar à nossa espera, amor.
O que você faz aí que não vem?
Se derrete toda no calor de quem?
Esse Rio de Janeiro quente,
Cheirando a sexo ardente,
Bebendo energético com vodka,
Pegando em cada esquina uma menina exótica.
Mas eu estou aqui,
Ouvindo tocar o piano que nos espera no bar;
Estou aqui sonhando o sonho que eu sei sonhar;
Estou aqui fingindo que nossa música será tocada
A qualquer momento
Por aquele pianista discreto,
Que não parece gente, apenas mais um elemento;
Alguma coisa funcional na decoração do bar.
Mas ele não vai tocar.
Nem você está aqui,
Nem estamos lá no bar.
Eu estou aqui, delirando mais uma vez.
Bota a carreira, meu bem!
Deixa eu delirar.
E nem pense, em hipótese alguma,
Em me acordar!
Mais uma noite sem você,
E essa merda de piano ainda nos espera no bar.

Cacau Rodrigues

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

SOBRE A MINHA AUSÊNCIA

Estou aqui para dizer aos amigos do ‘Furacão’,
que estão sentindo minha ausência,
que tenho andado com problemas de saúde
e por isso sumida do blog.
Continuo escrevendo, mas não tenho tido ânimo pra postar meus textos.
Aproveitando que acordei no meio da madrugada,
resolvi abrir meus e-mails e também vir aqui deixar esse recado.
Estou sob cuidados médicos e ainda fazendo exames.
Peço a compreensão de vocês.

Amanhã, devo fazer pelo menos uma ou duas postagens.

Grande beijo a todos!


Com saudade,

Cacau Rodrigues.