quinta-feira, 21 de agosto de 2008

AS SETE ROSAS



AS SETE ROSAS


No meu sonho ela vem de vermelho;
E solta os cabelos,
Se olha no espelho;
E se vira pra mim
Com uma rosa vermelha entre os dentes.
E ela abusa;
Levanta a saia,
Tira a blusa;
E me deixa muda,
Quando pronta e desnuda
Arranca do vão entre os seios
Mais uma rosa vermelha.
E roda, fica nua;
Se projeta, se insinua;
Se abre, se mostra
Como dá na telha;
Tirando da palma das mãos
Outra rosa vermelha.
Que mulher cheia de manha!
Mulher de mistérios,
Meio cigana;
Tira outra rosa vermelha
De suas entranhas.
E ela ameaça com toques sutis;
Se encosta, se enrosca,
Mexe os quadris;
E de sua boca
Sai outra rosa vermelha
Misturada a palavras febris.
E então faz amor com meus versos,
Perplexos, circunflexos;
Entregando no olhar
A sexta rosa vermelha.
Nesse momento,
Um orgasmo de poesia me faz acordar.
Eu fico sem rumo, fora de prumo;
Não queria parar.
E vejo em meu corpo,
Coisa de louco,
A tatuagem que hoje me faz suspirar:
Aquela mulher fogosa,
Sentada, mãos postas,
Com uma bela rosa vermelha
Pintada no finalzinho das costas.


Cacau Rodrigues