quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE ANO NOVO A TODOS!



Querido amigos do Furacão!


Eu ando afastada por motivo de doença. E embora entre algumas vezes na internet, não tenho conseguido força pra me dedicar ao blog.

Jamais ficaria longe de vocês, alheia aos comentários e às postagens maravilhosas que sempre fazem.

Eu venho aqui postar algumas coisas de vez em quando, respondo alguns comentários, e saio. É o que tenho conseguido fazer.

Agora, por exemplo, estava deitada e não conseguia dormir. Então resolvi vir aqui e postar as poesias e esta mensagem de Ano Novo, até pra explicar certas coisas. Mas já estou bastante cansada e vou deitar.

Mas eu vou voltar, tão logo esteja bem. E vou meter o ‘bedelho’ em tudo que vocês fizerem, valeu? rs.


Tenho feito poesias, e outros textos, graças a Deus! Mas tudo à mão mesmo; nem tenho ficado no computador. Mas preciso digitar pra postar, e aí está a demora; porque acabo ficando cansada.


Hoje deixo esses textos pra vocês, como um carinho de Ano Novo.

Agradeço as visitas, o carinho, a paciência; e peço desculpas por estar afastada de vocês. Não é por falta de atenção; eu realmente não tenho andado bem.


Obrigada por tudo, valeu?


FELIZ ANO NOVO!


Que 2009 venha abençoado, que vocês tenham muita saúde, e consigam realizar pelo menos boa parte de tudo que desejam!

E que eu possa editar meu livro, que está pronto, mas continua à espera da minha melhora.
E vida que segue!


Muitos beijos!
Que Deus abençoe vocês!



Cacau Rodrigues

UMA FAZEDORA DE VERSOS



UMA FAZEDORA DE VERSOS


Na poesia que eu faço
Não há refinamento
De palavras;
Não há compromisso
Com rimas ricas;
Não há pretensão de uma cadeira
Na Academia Brasileira de Letras.
Na poesia que eu faço
Não há sentido intelectual,
Preocupação de nunca ser igual,
Não há cunho literário
Para indicação de prêmios;
Muito menos há temas apurados
Para o paladar dos “chefs”
Formadores das “iguarias socias”.
Eu não vou fazer política,
Não vou falar pra meia dúzia
De entendedores da famigerada antropologia.
A poesia que eu faço
Tem outro papel na sociologia.
Na poesia que eu faço
Não há tristeza como beleza,
Não falo de amor como grandeza,
Nem uso sarcasmo com nobreza.
O “eu lírico” da poesia que eu faço
É da rua,
Do povo,
Do mundo.
Imundo e saboroso ítem principal
De cama e mesa.
Na poesia que eu faço,
Os doutores e os ‘Josés ‘,
As dores e os prazeres,
Sobem e descem como as marés.
Eu sou pobre de linguagem talvez;
Não sou perfeita no meu português;
Apenas tento fazer bom uso das palavras,
Pelo menos na sinceridade de usá-las.
Eu me digo poeta
Porque o povo diz que eu sou.
Na verdade,
Sou uma fazedora de versos,
De rimas da vida;
Uma exorcista de complexos.
Não tenho pudores
Ao falar das dores,
Dos amores;
Não fui concebida
Numa escola de atores.
Na poesia que eu faço,
Se bebe no copo das putas,
Se come no prato das senhoras distintas,
Se mostra o quadro da vida
Com todas as tintas.
Porque na natureza, meu bem,
Nem tudo são flores.


Cacau Rodrigues

AOS PÉS DE UMA CIGANA ESPANHOLA



AOS PÉS DE UMA CIGANA ESPANHOLA


Enquanto o Flamenco esquentava a viela,
Meu tesão se ligava na dela,
Que era a mais bela.
A guitarra gritava,
O olhar me chamava
Num sapateado esquisito,
As ancas no ritmo das castanholas;
E eu estava aos pés da cigana espanhola.
Pelas tantas um puta sorriso,
Um sorriso de puta,
E o paraíso.
Vagabunda,
Chamava e sorria,
Virava de costas,
Virava de frente
E se abria;
A vadia queria,
E me chamava com o olhar.
Chupava os dedos,
Tocava os seios,
E dava urros de arrepiar.
De repente um ‘olê’,
De repente rodava
E pedia aos céus não sei quê;
E batia os pés,
E apontava pro solo,
Como num gesto ‘solo’
Pudesse indicar o inferno pra mim!
Ela queria me enlouquecer,
Que fosse assim!
Num gesto súbito
Pegou minha mão;
Me puxou pela rua,
Me fez dobrar a esquina,
Ficou toda nua,
E me atirou ao chão.
E num ‘portunhol’ maltratado sussurrou:
“Sou una puta, vadia,
Perdida en la vida;
Y quiero ser comida por vouce.”
Embriagada, tomada, meio drogada,
Por toda aquela atmosfera cigana,
Sucumbi aos caprichos da dama,
Na rua como cama,
Na porta de um casarão abandonado.
Depois de me render aos braços dela,
Num torpor de desejos satisfeitos,
Fiquei ali, observando,
Desavergonhada,
A bela moça espanhola,
De ancas largas
E olhar penetrante,
Sumir na imensidão do nada.


Cacau Rodrigues





O NOSSO BEIJO


O NOSSO BEIJO


O nosso beijo é lindo,
Mas não é bem-vindo.
O nosso beijo é gostoso,
Às vezes depravado,
Às vezes respeitoso,
Mas não é bem visto;
Não pode ser visto.
O nosso beijo é escondido.
O nosso beijo não deve sair na foto.
E como um traço
De um beijo dado em segredo,
Entre quatro paredes,
Sem medo,
O nosso beijo é o desenho fiel
De um amor verdadeiro
E discriminado.
Mas eu vou casar contigo, meu bem!
E pouco importa
Que não seja de papel passado.
O nosso amor tem futuro,
E não precisa desse presente bobo
Da sociedade.
O nosso amor saliva verdade;
Como num beijo escondido,
Que não aparece na foto,
Pra não envenenar os abutres,
Incompetentes, incapazes,
Mal amados,
Com sua própria maldade.
Lindo, e muitas vezes incompreendido,
O nosso beijo é uma obra de arte.


Cacau Rodrigues