sábado, 6 de junho de 2015

SOLIDÃO DE MIM MESMA




A solidão é a madrugada que grita, o dia que cala;
A solidão é sentir a casa toda sem sair da sala;
A solidão é poesia rica com rima pobre,
é um plebeu com sentimento nobre,
é vida sem viver.
A solidão que sinto é de balcão de botequim,
é de banheiro sujo,
borra de batom carmim;
A solidão que sinto é embriaguez que não passa,
virada de copo,
limão com  cachaça.
A solidão que falo é tão tensa,
tão intensa;
é tão densa,
que é palpável, extensa;
e pode até se ver.
A solidão que falo é saudade de você,
é família que morreu,
é imenso abismo dentro do meu eu.
A solidão de mim mesma é música sem melodia,
choradeira, seja noite ou dia,
por algo que não aconteceu.


Cacau Rodrigues

POR QUÊ?




Que palavra é essa trancada, forjada dentro de mim?
Que sentimento ferido é esse que tenho hoje comigo?
Que coisa esquisita que faz a vida tão bonita esquisita também?
Que medo é esse de ter medo do medo de como será mais além?
Que dia esse de hoje! Até chorar, chorei.
Por quê? Não sei.


Cacau Rodrigues

"AMOR ETERNO"




Por onde anda você?
Por onde ando eu, 
que me fiz esquecer;
que perdi de ser;
que não soube ver;
que não pude ter;
que deixei de você?
Por onde anda aquela minha coragem;
aquela minha vontade?
E por que não, por que sim e não mais?
Por que a violência da saudade
de um "amor eterno" que era só passagem?
Por que o medo de gostar,
o querer tanto e mais
e o fingir que jamais quis?
Por que você abdicou de ser feliz?


Cacau Rodrigues

BELEZA RECOSTADA




Ah, esse teu ar disponível,
Despojadamente à espera...
Sorriso leve, olhar no infinito;
Displicentes braços largados,
Reticentes, quase abertos;
Tanta beleza recostada..




Cacau Rodrigues