sábado, 6 de junho de 2015

SOLIDÃO DE MIM MESMA




A solidão é a madrugada que grita, o dia que cala;
A solidão é sentir a casa toda sem sair da sala;
A solidão é poesia rica com rima pobre,
é um plebeu com sentimento nobre,
é vida sem viver.
A solidão que sinto é de balcão de botequim,
é de banheiro sujo,
borra de batom carmim;
A solidão que sinto é embriaguez que não passa,
virada de copo,
limão com  cachaça.
A solidão que falo é tão tensa,
tão intensa;
é tão densa,
que é palpável, extensa;
e pode até se ver.
A solidão que falo é saudade de você,
é família que morreu,
é imenso abismo dentro do meu eu.
A solidão de mim mesma é música sem melodia,
choradeira, seja noite ou dia,
por algo que não aconteceu.


Cacau Rodrigues

Nenhum comentário: