sexta-feira, 31 de agosto de 2018

CARTA PARA SENHORAS DISTINTAS




Senhoras,
Queridas senhoras...
Distintas senhoras...
Quanta saudade de seus tornozelos,
Suas coxas, seu sexo, seus pelos.
Imagino seios arrogantes
Saltando impetuosos para minha boca...
Alegro-me com minha língua,
Úmida, lasciva,
De gozada saliva,
A passear pelos meus lábios
Enquanto tenho flash de lembrança.
Arrepio-me com tantas lambanças,
“Lambuzanças”...
Banhos gargalhantes,
Corridinhas pelo quarto,
Assim como  crianças.
Sinto saudade de ânimo nas minhas finanças...
Ardem na minha cara os tapas que parei de dar.
Aqui nesta madrugada boba,
Fico lembrando do que fui,
O que fiz,
O que me fizeram...
O que deixei de ser.
Eu senti saudade das primeiras...
Sim, daquelas primeiras...
Aquelas desencaminhadoras...
As vadias,
As donas de casas,
As doutoras...
Até as de agora,
As piradas,
Professoras...
Não, essas não!
Que eu me livre de impostoras!
Eu só lembro de senhoras distintas,  coisas boas...
Cacau Rodrigues

quinta-feira, 2 de julho de 2015

PELO BRILHO DE UMA LUA POETA

 

 As noites são lindas!
Todas as noites são lindas!
Com hora marcada pro fim,
Infindas!
As noites, todas as noites são lindas!
E esse alguém,
Que escreve poesias pelas linhas do teu corpo,
Marcará para sempre
Teu desejo lido,
Teu prazer consentido;
Devidamente publicado,
Dado ou vendido;
Como todas as noites lindas,
Fechadas ou abertas como um livro,
Iluminado pelo brilho de uma poeta lua de inverno;
E lido pela vadia e molhada rua,
Que te levará do céu ao inferno.
Não se engane, meu bem.
Todas as noites são frias, quentes
E lindas!
 
Cacau Rodrigues



sábado, 6 de junho de 2015

SOLIDÃO DE MIM MESMA




A solidão é a madrugada que grita, o dia que cala;
A solidão é sentir a casa toda sem sair da sala;
A solidão é poesia rica com rima pobre,
é um plebeu com sentimento nobre,
é vida sem viver.
A solidão que sinto é de balcão de botequim,
é de banheiro sujo,
borra de batom carmim;
A solidão que sinto é embriaguez que não passa,
virada de copo,
limão com  cachaça.
A solidão que falo é tão tensa,
tão intensa;
é tão densa,
que é palpável, extensa;
e pode até se ver.
A solidão que falo é saudade de você,
é família que morreu,
é imenso abismo dentro do meu eu.
A solidão de mim mesma é música sem melodia,
choradeira, seja noite ou dia,
por algo que não aconteceu.


Cacau Rodrigues

POR QUÊ?




Que palavra é essa trancada, forjada dentro de mim?
Que sentimento ferido é esse que tenho hoje comigo?
Que coisa esquisita que faz a vida tão bonita esquisita também?
Que medo é esse de ter medo do medo de como será mais além?
Que dia esse de hoje! Até chorar, chorei.
Por quê? Não sei.


Cacau Rodrigues

"AMOR ETERNO"




Por onde anda você?
Por onde ando eu, 
que me fiz esquecer;
que perdi de ser;
que não soube ver;
que não pude ter;
que deixei de você?
Por onde anda aquela minha coragem;
aquela minha vontade?
E por que não, por que sim e não mais?
Por que a violência da saudade
de um "amor eterno" que era só passagem?
Por que o medo de gostar,
o querer tanto e mais
e o fingir que jamais quis?
Por que você abdicou de ser feliz?


Cacau Rodrigues